Os pioneiros do samba-jazz mostram obras inéditas

O tempo parece não ter passado para o gaitista Mauricio Einhorn e o saxofonista Hector Costita. Representantes da geração pioneira do samba-jazz, surgida no início dos anos 1960, eles seguem em atividade e dividem o palco pela primeira vez em trio formado com o guitarrista Joseval Paes. O próximo show será no Blue Note Rio, no dia 11 de janeiro, e será marcado pela estreia de novas composições de Einhorn. Entre elas, “Josevalsa” e “Sensacional na Ocidental”, feitas em parceria com Joseval Paes. O evento é produzido pelo portal Coisas da Música.

Mas o tempo passou, é claro. E podemos ver sua marca no domínio que Einhorn e Costita têm da música e de seus instrumentos, resultado de mais de cinco décadas de carreira, com atividades no Brasil e no mundo. A jornalista Ana Lucia Bizinover, que prepara uma edição especial com Einhorn no programa Tempo de Jazz, na Rádio Roquette-Pinto (94.10 FM), lembra do prestígio do gaitista. A entrevista vai ao ar na próxima quarta-feira, às 23h.

– Este show no Blue Note Rio será uma preciosa oportunidade para ouvirmos Einhorn, considerado de forma unânime pela crítica como um dos maiores intérpretes de harmônica (gaita) da cena jazzística internacional! – postou a jornalista em sua página Tempo de Jazz, no Facebook.

Flyer de divulgação do show

Músicas recuperadas

Além das inéditas, o show ainda terá apresentação de músicas compostas por Mauricio Einhorn nos anos 1960 e que nunca foram gravadas. É o caso de “Valsa Simples” e “Burlesque”, feitas em parceria com Arnaldo Costa.

– Essas músicas foram mostradas poucas vezes ao público. E isso tem acontecido por influência do Joseval – diz Einhorn, autor de clássicos como “Estamos Aí”, “Tristeza de Nós Dois” e “Batida Diferente”.

Filho do gaitista, Mauricio Einhorn Júnior, é testemunha do interesse do guitarrista:

– Nas visitas a meu pai, ele ouvia fitas cassetes antigas e, na hora, passava as músicas para a pauta para ensaiar com ele. Fiquei impressionado com a rapidez e facilidade dele ao assimilar as músicas.

Bossa Rio

Assim como Einhorn, o saxofonista Hector Costita estava nas principais boates do Rio e de São Paulo quando o samba-jazz surgiu como uma vertente da bossa nova. No Bottle’s Bar, no Beco das Garrafas, fez parte da temporada histórica de Sérgio Mendes e Sexteto Bossa Rio, em 1963. O resultado foi registrado em estúdio, no ano seguinte, no LP “Você Ainda Não Ouviu Nada!”. Ao lado de Costita, estavam o pianista Sérgio Mendes, o baterista Edison Machado, o baixista Tião Neto e os trombonistas Raul de Souza e Edson Maciel. Os arranjos foram de Tom Jobim e Moacir Santos.

– Cada vez mais as pessoas me falam desse disco. Claro, vamos tocar temas dele neste show no Blue Note Rio. “Desafinado”, por exemplo, não pode faltar – adianta Hector Costita.

 

Créditos adicionais:

Foto de capa: Beatriz Cruz
Vídeo: Imagens – Beatriz Cruz e Bernardo Costa / edição: Bernardo Costa
@coisasdamusica

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